sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Lua


Ela é pequena e estável,
Atraída pelo azul brilhante,
Em tempos vulnerável,
Pelo calor abundante.

Rumores de uma separação difícil,
Marcada na pele pela dor,
De forma determinada e subtil,
Ela gira em seu redor.

Mas o tempo passa e nada se altera,
Nem mais afastada nem mais próxima,
Ela olha para a sua esfera,
Como se fosse sua vítima.

Mas existe alguém que a faz corar,
Iluminado toda a sua fisionomia,
E ela nunca deixa de aproveitar,
Toda essa alegria.

Como se vestisse para a ocasião,
Ela mostra todo o seu fulgor,
Solicitando ao azul a sua afeição,
Estimulando o sentimento cobiçador.

Na presença de bom amigo,
Tudo parece favorável,
Conforto de um abrigo,
Onde tudo é justificável.

Atracção vale mais que calor distante,
Estimulo surge da insignificância,
E do nada abundante,
Sofre-se de arrogância.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Peregrinação

Prazer que invoca liberdade,
Uma emoção que fortalece,
Apetite pela complexidade,
Fulgor de um interesse.

Combustível que se incendeia,
Todo um ser,
Substância que nunca nos escasseia,
Fonte para nos exceder.

Sem limite no imaginário,
Existem possibilidade infinitas,
Na construção do revolucionário,
Para peregrinação de visitas.

Novo Rumo


Marchei preenchido de voluntariedade,
Sem saber por onde atravessei,
Atingido pela vulnerabilidade,
Jamais mais serei Rei.

Conquistas de vazio,
Temor de insatisfação,
Perdi-me em lugar sombrio,
Onde a alma sofre de erosão.

Não deixarei reinado,
Digno de vanglória,
Tudo o que concebi é banalizado,
Sou causa de chicória.

Abandonarei este lugar,
Que tantas lembranças me ofereceu,
E todos irei desafiar,
Introduzindo-me como crente ausentando-me como ateu.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Batalha Naval


Porque me procuras,
Tu que me enfrentas sem remorso,
Mostras-me tais posturas,
Como se tivesses em um corso.

Incapaz de ser indolor,
Sou palhaço de cortejo,
O que tenho eu de valor,
Para instigar tanto desejo.

Nunca serás vencida,
Sentimento de ineficácia,
Para tanta investida,
Falta-me audácia.

Deserto

Um sentido que desperta;
Uma chama que incendeia;
O instinto da descoberta;
Onde tudo se saboreia.

Uma satisfação invulgar;
De um prazer incomodo;
Sensação de despertar;
Em mim, o meu todo.

Não existe lugar seguro;
O futuro é incerto;
Não sei o que procuro;
Neste meu deserto.

Do nada farei tudo;
Para que seja duradouro;
Procuro sobretudo;
O meu tesouro.